segunda-feira, 10 de maio de 2010

Filosofia Ética - A Atitude Moral

CONGREGAÇÃO SÃO JOÃO
GRUPO DE ESTUDOS TEOLÓGICOS EFILOSÓFICOS AMIGOS DE SÃO JOÃO

TEMA: FILOSOFIA ÉTICA SEMESTRE: 2010.1
ORIENTADOR: Pe. IRENEU
AULA Nº 01 DATA: 05.05.2010

A ATITUDE MORAL

Logo no início do livro de Aristóteles a respeito do ato humano, ele começa por essa afirmação: “todos os homens desejam a felicidade” (Ética à Nicômaco. I, 2, 1095 a 22-28). É bem evidente que ninguém busca a infelicidade, todos concordam que o bem supremo do homem é a felicidade, mas a dificuldade está justamente em precisar o que é esta felicidade, o que é ser feliz?
Antes de colocar e algumas concepções a respeito da felicidade que os gregos tinham, vamos, para melhor entender, ver alguns fatos que podem ilustrar a questão e suscitar outros.
Nas relações humanas, surgem inúmeros problemas e notadamente os mais recorrentes são os seguintes:
1. Devo cumprir a promessa “tal” que fiz ontem ao meu amigo, embora perceba que tal coisa vai me causar certos prejuízos?
2. Com relação aos crimes cometidos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados que o executaram, cumprindo ordens militares, podem ser moralmente condenados?
3. Devo dizer sempre a verdade ou há ocasiões em que “devo” mentir?
4. Quem, numa guerra de invasão, sabe que o amigo está “colaborando” com o inimigo, deve calar, por causa da amizade, ou deve denunciá-lo como traidor?
5. Podemos considerar “bom” o homem que se mostra caridoso com o mendigo que bate à sua porta e, durante o dia –como patrão – explora impiedosamente os operários e empregados da sua empresa?
6. Se uma pessoa procura fazer o bem e as consequências de suas ações são prejudiciais àqueles que pretendia favorecer – devido aos maiores prejuízos – devemos julgar que age corretamente moralmente, sejam eles quais forem os efeitos de sua ação?
Quaisquer que forem as soluções para todos esses casos práticos da ação humana, sentimos a necessidade de pautar o comportamento por “normas” que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de serem cumpridas.
O homem sendo assim age moralmente e que neste seu comportamento se evidenciam vários traços característicos que o diferenciam de outras formas de conduta humana. Trata-se de uma ação refletida, guiada por normas estabelecidas e formuladas por juízos retos. Portanto, temos então de um lado, atos e formas de comportamentos dos homens diante de problemas morais e, por outro lado, temos juízos que aprovam ou desaprovam moralmente os mesmos atos.
O comportamento humano, de fato, prático moral, ainda que sujeito a variação de uma época para outra ou de uma sociedade para outra, remonta até as próprias origens do homem com ser social. Surge então, diante de todos esses exemplos, a seguinte questão: O que é na verdade o ato moral?
A esse comportamento prático – moral, familiar as formas mais primitivas de sociedade – sucede posteriormente a reflexão sobre ele. Os homens são somente agem moralmente, mas refletem sobre esse comportamento prático e o tornam como objeto da sua reflexão e de seu pensamento. Estamos então passando da prática – moral à teoria moral. A passagem da moral vivida à moral reflexiva. Estamos então diante de uma reflexão filosófica sobre os problemas teóricos morais ou éticos.
À diferença dos problemas práticos – morais, os éticos são caracterizados pela sua generalidade. Pois, diante de um problema, o indivíduo vai assim resolver tal situação com a ajuda de uma norma que reconhece e aceita intimamente, o problema de como agir de maneira que a sua ação possa ser boa, moralmente valiosa. A ética nesse caso vai ajudar a dizer, em geral, o que é um comportamento “pautado” por normal, ou em que consiste o fim. O problema do que fazer em cada situação é um problema prático – moral e não teórico – ético.
Portanto, o problema do que fazer em cada situação concreta é um problema prático – moral e não teórico – ético. Definir o que é o bom não é um problema moral cuja solução caiba ao indivíduo em cada caso particular, mas um problema geral de caráter teórico, de competência do ético.
Aristóteles se propõe a definir o que é o bom, ele vai analisar o conteúdo do bom e não o que cada indivíduo deve fazer em cada caso concreto para que o seu ato possa ser considerado bom.